quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A chuva e o colchão


Fui à janela olhar o tempo e vi uma forte chuva cair. Os pingos caiam na telha com harmonia e precisão dignas de uma orquestra. O vento gelado que soprava fez-me tiritar e senti um arrepio que eriçou os pelos do corpo todo. Experimentei certa melancolia por estar preso dentro de casa, sem esperança de sair. Resolvi voltar para a sala e, quiçá, assistir um filme, afinal, o clima pedia um filme. Abri a porta da sala e a vi deitada no colchão que havíamos posto no chão. Ela estava deitada de lado, com uma diáfana coberta que me permitia ver toda a sua silhueta. E como ela era sensual! A moça, então, virou-se para mim, puxou a diáfana coberta – numa sugestão para que eu deitasse – e disse: “volte para o colchão”. Assim que falou, deu um sorriso que me corrompeu. Pedi a Deus para que chovesse por uma semana sem parar.

2 comentários:

  1. Uaaaaaal!!! que lindo! o autor desse blog deve ser o último dos românticos!

    ResponderExcluir
  2. realmente muito lindo o texto, é uma mistura de conto com poema! achei genial!! parabens e continue assim, não pare de escrever!

    ResponderExcluir